Só uma achega do que está para vir. |
Eu falo muito de Youtube por aqui. Talvez seja um efeito secundário decorrente do meu refreado desejo de fazer eu própria um canal, e depois levar uma chapada de mim própria na forma de "nem consegues tirar uma nota decente em apresentações orais e esperas aguentar um canal no Youtube?", "não tens coragem para mostrar a cara na internet" e "não há assunto que fales que já não tenha sido falado ou coisa que faças que seja original". E depois volto para aqui para escrever.
Mas enfim, não nos foquemos nos meus dilemas interiores que não é para isso que cá estamos. Eu tenho é reparado que falo em muitos youtubers, e subconscientemente são todos homens/rapazes. Não me parece que alguma vez tenha falado em broas youtubers. Smosh? Dois bagaços. Let's Players? Bagaaaços. Músicos? Penso que tenha falado nalgumas broas, mas maioria bagaços.
E isto dá uma imagem errada da minha perceção global do Youtube, visto que a maioria dos que sigo são, de facto, raparigas. E raparigas com um talento e dedicação extraordinários para o que fazem, diga-se já. É injusto eu nunca falar delas.
Portanto, em vez de esperar uma oportunidade para as referir no meio de um texto qualquer que venha a fazer, decidi que estas madames precisam é de um post só delas. Que, se as contivesse a todas, seria enorme, então vou só falar de umas quantas, e há-de haver uma continuação.
||SuperWoman||
Lily Singh é de etnia indiana, vive no Canadá e é a rapariga mais petulante e engraçada que já encontrei na internet, hands down. Não só no Youtube, na internet inteira. Posta vídeos todas as segundas e quintas, maioritariamente com rantings. Ainda mais, consegue torná-los hilariantes com a maneira de falar inconfundível, os trejeitos característicos e o texto em geral, com metáforas, analogias, experiências pessoais e pausas para comer chocolate. Além de rantings, posta também vídeos na série "Types of People", a série "Annoying People", e vídeos inspiracionais, de motivação e ajuda em geral.
Quando não está a fazer as pessoas rir e a participar em eventos e sessões fotográficas, está a dar palestras em escola e a atuar como porta-voz pela mensagem de imbuir as raparigas da auto-estima e amor próprio de que são destituídas pela sociedade, ajudando-as a ultrapassar as suas inseguranças e a serem, como ela, verdadeiras super-mulheres.
Com toda a sinceridade, adoro esta gaija em toda a extensão que o meu pequeno coração permite.
A Colleen tem mais que se lhe diga, pois é a maior troll que este mundo já conheceu. No seu segundo canal, posta vídeos sob o alter ego de Miranda Sings, uma pseudo-cantora que age como uma retardatária de grau maior e quando abre a boca, gera controvérsia. Decide-se a falar sobre igualdade e chovem injúrias nos comentários. Tem a voz nasalada, uma camisa de avô, a testa aumentada pelo cabelo escorrido puxado para trás e o batom vermelho fora dos lábios.
Essa é a graça da Miranda; os estúpidos que a chamam "feia", "ridícula", clamam que "a tua opinião é uma merda, és uma idiota" e afins são gozados de volta com "ridícula é a tua cara, a Miranda é uma personagem, otário. Estar errada é a piada", ou então o simples e sempre funcional "TROLLED!". O humor da Miranda é depois complementado pela personalidade adorável da real Colleen que, no seu canal principal, posta vídeos em que canta, as gafes dos vídeos da Miranda, colaborações com outros youtubers e vídeos de variados temas.
Sete anos de youtubing como Colleen e quatro como Miranda depois, ainda há gente confusa e ofendida com esta menina, com o seu alter ego, ou com as duas, por terem sido tão bem enganados. E a Miss Trolladas continua, forte e firme na sua carreira de cantora e humorista. Se isso não é a coisa mais brutal que já ouviram, peço-vos encarecidamente que revejam as vossas prioridades de vida.
Fonte |
Já perdi a conta dos posts em que referi o Cryaotic ou o Pewdiepie em posts. Mas penso nunca ter falado na MangaMinx.
A Michelle tem 28 anos e gosta de se torturar com jogos de terror, sejam eles profissionais, RPGs, indies ou mods. A sua voz transita de Morgan Freeman para chihuahua sob o efeito de alucinogénicos no decorrer destes. Tenta também outros tipos de jogos, de tempos a tempos, para desanuviar a carga nervosa que lhe provocam as maratonas de Witch House e Vanish. Quando assim lhe dá na real gana, faz collabs com outros youtubers e reúne os melhores sustos em compilações legendadas.
Tal como o Cry, é uma das tais youtubers-sem-cara. No worries, porque a voz dela é extremamente expressiva, e cobre a falta de expressões faciais.
Ah, e ela ri-se maniacamente quando começa a ficar assustada. Se isso não é razão suficiente para irem espreitar os vídeos dela, não sei o que será.
A Laci Green é uma heroína, sabem?
Numa sociedade onde ainda se acha que uma rapariga que goste de sexo é puta, que usa roupas curtas está a pedi-las, e que o hímen é um pedaço de pele que cobre totalmente o canal da vagina e é rompido na "primeira vez", a Laci prega um murro na mesa e desmistifica todas estas porras.
O seu canal do youtube é um "programa" denominado Sex+, onde fala sobre sexualidade, relacionamentos, imagem, e de quebra ainda deita por terra toneladas de preconceitos, expõe injustiças e argumenta por igualdade.
Não, não é suposto uma broa sangrar na "primeira vez". Não, não há problema nenhum em rapazes usarem saias. Não, ninguém tem de se depilar se não quiser. Sim, pode-se ter sexo enquanto se está menstruado. Sim, toda a gente é bonita e ai de quem contestar isso.
Esta, peço por tudo, por amor ao raio mostrem os vídeos dela a toda a gente. É que estes não são só entretenimento, são educação pública. Mostrem aos vossos pais, ao vosso namorado, aos vossos amigos, a toda a gente. Precisamos de mais gente como a Laci, e de uma sociedade mais tolerante. Façam a vossa parte.
E pronto, aqui termina a primeira dose de kickasses de hoje. Esperem mais. You can never get enough of well-informed, talented gals, amirite?
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